A atuação teatral sofreu incontáveis reinvenções ao longo de sua história, motivadas pelas mudanças políticas, culturais, religiosas e geracionais. Nesse sentido, é correto afirmar que o teatro é uma forma de manifestação artística altamente volátil sob a influência do contexto em que está inserido, e isso não é essencialmente positivo ou negativo. É apenas uma característica.
Essa volatilidade tem se tornado ainda mais evidente quando falamos sobre a influência das tecnologias digitais, com destaque para as redes sociais, sobre a atuação teatral, sendo que os atores da geração Z exercem forte influência sobre tal mudança. Descubra, abaixo, como a geração Z está reinventando a atuação teatral!
O que é a geração Z?
A Geração Z é a geração nascida entre 1995 e 2010, embora essas datas possam variar dependendo da perspectiva e da fonte, e é caracterizada por ter nascido justamente no momento histórico de crescimento e popularização da internet. Com isso, tem como forte marca o fato de ter sido a primeira geração a nascer inserida em um contexto digital.
Isso traz implicações, a exemplo de uma maior adequação da Gen Z, como também é chamada, ao uso de aparelhos digitais, um apreço mais frequente por questões de natureza social e ambiental, uma busca maior pela diversidade e a busca pelo equilíbrio entre trabalho e entretenimento, mas deve-se ressaltar que essas são tendências, e não aspectos presentes em todos os indivíduos dessa geração.
Como era a atuação teatral antes da geração Z?
A atuação teatral, embora sempre tenhamos buscado explicá-la de forma precisa, nunca foi uniforme. Em algumas correntes, ela buscava a naturalidade e a reprodução do que é real. Em outras, aconteciam atuações intencionalmente exageradas, buscando enfatizar um efeito estético. Tudo isso sempre esteve presente, mais em alguns contextos, menos em outros.
Mesmo assim, as tradições e escolas teatrais estabeleceram, desde suas origens, padrões que atravessaram a história, sofrendo mudanças de forma gradual. Contudo, na atualidade, as mudanças acontecem aceleradamente, em poucos anos, e isso marca a presença da geração Z no teatro e será melhor discutido em tópicos posteriores deste texto.
Como a geração Z está reinventando a atuação teatral?
Por conta das suas características de grupo e do seu contato muito frequente, desde a infância, com os recursos digitais, a parte da geração Z que tem se dedicado ao teatro trouxe mudanças bastante significativas a esse meio. Acompanhe abaixo algumas formas como a geração Z está reinventando a atuação teatral!
Influência das redes sociais
A geração Z nasceu em um contexto de nascimento e crescimento das redes sociais, grande parte dos seus anos de vida marcados pela convivência digital. Assim, é normal que características presentes nos conteúdos desenvolvidos para as redes sociais influenciem suas visões de mundo e seus gostos pessoais.
Como efeito, os jovens que se encaixam nessa geração trazem isso para o mundo do trabalho e, no caso dos que trabalham no teatro, aplicam aspectos dessa vivência digital à atuação teatral. Um dos resultados disso são atuações que valorizam mais ações do que falas, restando menor espaço para interpretações carregadas em diálogos complexos e reflexivos.
Além disso, há a busca por interpretações mais explicitamente expressivas no sentido emocional, deixando alguns aspectos de atuação discreta, carregados por entrelinhas, menos frequentes. Isso se adequa mais ao que o público da geração Z espera e, como consequência, está mais presente nas atuações dos atores dessa geração.
Inclusão
A atuação da geração Z é marcada pela busca por diversidade de pessoas. Isso faz com que grupos antes marginalizados, como o LGBTQIAPN+, indígenas, afrodescendentes e indivíduos de religiões não abraâmicas, recebam mais espaço não apenas para a atuação propriamente dita, mas, também, para trazerem, de forma prática, aspectos de suas culturas para dentro do teatro.
Aceleração
A aceleração é uma característica marcante da geração Z no que diz respeito à atuação teatral. Isso porque, acostumada com a velocidade de atualização e disponibilização de informações e demais conteúdos disponibilizados nas redes sociais, torna-se quase impossível não trazer isso para a atuação teatral, levando a mudanças drásticas em relação às gerações anteriores.
Com essa marca, falas a ações mais lentas e carregadas de minúcias perdem espaço e são substituídas por um maior dinamismo, às vezes até mesmo exagerado, com cortes de trechos que são considerados dispensáveis por quem se acostumou com o padrão de vida estabelecido pela internet principalmente dos anos 2010 para cá.
Multiculturalismo
Assim como há uma busca maior pela inclusão de diferentes pessoas por parte da geração Z, acontece, também, algo semelhante no que se refere a aspectos culturais. Isso se deve à alta diversidade de conteúdos com as quais a internet permitiu o contato, de diferentes partes do mundo, classes sociais, etnias e orientações sexuais.
Esse aspecto enriquece muito a atuação teatral, porque o ator que o apresenta está aberto a incluir em suas atuações algumas questões que antes eram marginalizadas por muitos, como traços homoafetivos e associados a religiões de matriz africana. Como resultado, há o enriquecimento do teatro, algo muito positivo.
Individualismo
Ao mesmo tempo em que a geração Z busca pela inclusão e pelo multiculturalismo, também busca por algo que, a muitos olhos, aparenta ser contrastante: o individualismo. O ator da geração Z tende a se ver mais como central dentro do próprio trabalho e pode colaborar menos para o grupo em alguns casos, por conta da noção de protagonismo que as redes sociais deram aos internautas.
Isso, em muitos casos, é positivo, porque leva a uma busca por aperfeiçoamento e a um acirramento de competições saudáveis por papéis, mas também pode gerar rachaduras de elenco. Assim, é preciso que os diretores e produtores tenham um cuidado especial para gerir essa característica do ator da geração Z quando ela se manifestar de forma negativa.
Qual é o futuro da geração Z no teatro?
A geração Z, assim como todas as outras gerações, estabelecerá influência sobre o teatro e terá seu espaço garantido nessa arte, mas dificilmente verá suas características marcantes se tornando totalmente hegemônicas dentro da atuação teatral. O mais esperado é que a geração Z conviva com as gerações que a antecederam e com as que a sucederão, trocando ideias e experiências. É assim que a arte evolui.
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