Estima-se que a primeira apresentação de um narrativa com diálogos tenha acontecido em 2.500 A.C., no Egito. Desde então, essa forma de arte atravessou os milênios, desenvolvendo-se e aprimorando-se. Atualmente, existem dezenas de estilos de teatro para que atores profissionais mostrem o seu trabalho.
Quer saber quais são? Continue lendo e descubra dez gêneros teatrais, suas principais características e aprenda a escolher qual é a melhor para você basear a sua atuação!
Qual é a diferença entre gêneros e estilos de teatro?
Ambos são conceitos amplos que podem significar uma classificação de termos que dividem as peças teatrais. Essa catalogação pode ser feita conforme a sensação que elas desejam transmitir, como a comédia, ou em grupos de produções artísticas com características específicas. Um exemplo deste último seria o monólogo, que é interpretado por um único ator.
Há quem considere que os gêneros teatrais são a mesma coisa que os estilos de teatro. Porém, também é comum encontrar separação em que gênero é considerado o tipo narrativo em que a peça foi escrita e estilo é o modo como a apresentação será feita. Nessa linha de pensamento, os exemplos de gênero teatrais são:
- Auto;
- Burlesco;
- Comédia;
- Drama;
- Melodrama.
Algumas vezes, musicais, monólogos e outros tipos de produções também são considerados gêneros teatrais, por conterem um modelo típico de como o enredo será desenvolvido. Já em relação aos estilos, eles costumam incluir também os recortes históricos e geográficos, como o teatro:
- Grego;
- Japonês;
- Medieval;
- Renascentista, entre outros.
Quais são os principais estilos de teatro?
Existem inúmeros tipos teatrais, especialmente se desconsiderarmos a diferenciação com os gêneros. Abaixo, apresentamos onze exemplos para você conhecer. Foram selecionados os estilos que mostram a grande variedade e riqueza do teatro, além de mudanças históricas nessa arte. Confira!
Commedia dell’arte
Esse foi um estilo de teatro que surgiu na Itália, no século XVI. A commedia dell’arte era uma manifestação artística popular que representava a realidade de forma cômica por meio de arquétipos. Por isso, os seus personagens eram sempre os mesmos.
Essa foi uma arte tão importante que até hoje alguns dos seus arquétipos podem ser facilmente reconhecidos, como o Arlecchin (ou Arlequim), a Colombina e o Pierrot.
Monólogo
Trata-se de um discurso enunciado por um único personagem, sozinho no palco, sobre as suas reflexões. Mesmo sem uma interação direta, as falas são enunciadas de modo a demonstrar a sua emoção. Um monólogo também pode ser incluído em uma peça tradicional, sendo o mais famoso o de Hamlet, na cena em que ele pronuncia a frase “ser ou não ser, eis a questão”.
Musical
O musical é um estilo teatral que une a música e a dança para compor o seu enredo. Geralmente, as letras das canções e as coreografias contém detalhes importantes para o entendimento da história.
A maioria dos musicais possui composições originais, mas também existe o tipo jukebox, composto por músicas famosas. Um exemplo deste último é o Mamma Mia, que conta com os hits do ABBA.
Teatro do absurdo
Essa é uma classificação que reúne obras existencialistas, em que situações absurdas, irreais ou surpreendentes podem acontecer.
Uma das peças mais famosas deste estilo é Esperando Godot, de Samuel Beckett. No seu enredo, dois homens em uma estrada aguardam pela chegada de um terceiro homem chamado Godot e, apesar de muitos diálogos entre os dois, nenhum contexto é dado durante a narrativa.
Teatro de fantoches
O teatro de fantoches é um termo autoexplicativo. Nele, as encenações são realizadas por meio de bonecos manipulados com a mão e dublados pelo seu manipulador. Similar a este estilo, há as peças de marionetes, com a diferença de que, neste caso, os bonecos são movimentados por fios.
O interessante sobre essa arte é que pode ter apenas uma pessoa atrás da cortina, controlando todos os personagens. Apesar de não precisar necessariamente ser um ator ou uma atriz para isso, será importante treinar os movimentos e se especializar na manipulação dos bonecos, para a narrativa ficar convincente.
A característica lúdica dos fantoches faz com que as produções sejam voltadas para crianças. Por isso, os “bonequeiros”, expressão usada em certas regiões brasileiras, precisam aprender a lidar com esse público e a improvisar com base nas interações com ele.
Teatro infantil
O teatro infantil pode incluir os espetáculos com bonecos e sombras, musicais e outros estilos, desde que contem histórias voltadas para crianças. A apresentação com atores completamente vestidos como bonecos ou personagens famosos também é muito comum.
Teatro do oprimido
As peças do teatro do oprimido não possuem divisão entre os atores e a plateia. Utilizado para refletir sobre questões importantes enfrentadas por certos grupos sociais, os enredos apresentam um problema para o qual a audiência é convidada a dar uma solução, atuando e interagindo no palco com os personagens.
Assim, esse é tanto um estilo de teatro quanto uma técnica de interpretação e uma metodologia de reflexão da realidade, que democratiza as produções artísticas.
Teatro de sombras
O teatro de sombras é especialmente popular na China, Indonésia, Malásia, Tailândia e Camboja. Porém, a arte de manipular bonecos de papel ou de couro atrás de um painel branco, com a luz formando silhuetas no material, é conhecida em mais de 20 países. Em alguns deles, a prática remonta a mais de dois mil anos.
Vaudeville
Também conhecido como entretenimento de variedades, o vaudeville consistia em espetáculos com atrações variadas e sem ligação entre si, como dança, comédia, acrobacia, entre outros.
O estilo surgiu na França, mas foi mais popular nos Estados Unidos, entre o final do século XIX e o início do século XX. Os shows eram baratos e algumas atrações eram consideradas vulgares para a época.
Infelizmente, a comédia no vaudeville norte-americano era permeada por estereótipos racistas e o estilo foi responsável por perpetuar estigmas consolidados pelos shows de horrores, que apresentavam pessoas com deficiências ou traços genéticos raros como aberrações.
Stand up
Muitas vezes, comediantes e atores são tratados como profissionais diferentes. Contudo, quem trabalha com comédia é especialista em um tipo de interpretação, precisando de noções de ritmo e encenação para provocar risos na audiência. Dessa forma, o stand up, apresentação em que uma única pessoa em pé conta histórias de humor, também é um estilo de teatro.
Como escolher o melhor estilo de teatro para começar a atuar?
Assim como os profissionais da atuação podem trabalhar em filmes, novelas, séries, campanhas publicitárias e peças de teatro, sem precisar focar a carreira em apenas um caminho, também é possível participar de vários gêneros teatrais. A amplitude de possibilidades é uma vantagem dessa atividade baseada na reprodução de personalidades e histórias diferentes.
Uma formação completa de ator é capaz de te capacitar tanto para a comédia quanto para o drama. Em uma semana, um você pode aparecer em um musical, em outra, em um espetáculo infantil, e assim por diante.
Além disso, muitos dos estilos de teatro, como o monólogo, têm papéis interpretados por meio das mesmas técnicas que as peças tradicionais. Por outro lado, alguns gêneros exigem o conhecimento de habilidades específicas. Para poder estrelar musicais, por exemplo, é esperado que você saiba cantar e dançar. Por isso, é importante apenas tentar aprender o máximo possível durante a formação de ator.
Por último, também é possível fazer um curso de atuação para seguir apenas um caminho. É o caso de muitos comediantes ou de quem trabalha com circo-teatro. Se esse for o seu desejo, tente assistir ao máximo de estilos de teatro que conseguir e se aventurar em cursos e workshops até encontrar o que mais se adequa a você.
Você pode começar a sua pesquisa checando os outros posts do nosso blog, cheios de comentários de teatro e dicas para atores iniciantes e profissionais. Confira!
